Resumo
O objetivo do trabalho consistiu em denominar e caracterizar as possíveis lesões decorrentes da aplicação das técnicas do Jiu-jitsu desportivo, para proporcionar uma comunicação efetiva e com uma terminologia padronizada entre professores, técnicos, atletas, fisioterapeutas e membros da equipe médica. Definir os objetivos das técnicas de luta, entre elas as projeções, imobilizações, pinçamentos, chaves, torções e estrangulamentos, além das capacidades e habilidades motoras envolvidas na performance competitiva. Constatar nesse trabalho que o Jiu-jitsu desportivo constitui uma modalidade que pode ser altamente lesiva aos seus praticantes, tornando o acompanhamento e orientação por parte dos profissionais de educação física, fisioterapia e medicina, essenciais na prevenção e possíveis primeiros socorros em casos de acidentes nas aulas, sessões de treinamento, e competições de alto nível.
Unitermos: Jiu-jitsu. Técnicas. Lesões. Primeiros socorros. Terminologia padronizada.
O Jiu-jitsu é considerada atualmente uma das artes marciais mais antigas e completas da atualidade. Sua origem, apesar de contraditória, é atribuída à China, depois Índia e Japão. No Brasil seu desenvolvimento foi tão aprimorado por seus praticantes e especialmente pelos integrantes da família "Gracie", que passou a ser considerada e denominada como uma nova arte marcial, o "Brazilian" ou "Gracie Jiu-jitsu".
Traduzindo do idioma japonês, o termo significa "arte ou técnica suave" (Jiu = Suave; Jitsu = Arte ou técnica). A razão do significado do termo fundamenta-se em sua filosofia, que prega o predomínio de suas técnicas de luta sobre a imposição da "força bruta", pois prioriza o uso de princípios biomecânicos que visam otimizar a força muscular do praticante, anular a do oponente, e/ou até mesmo utilizar as valências físicas deste contra ele próprio.
Princípios como o momento, resultante vetorial e distribuição de massa, são usados nos golpes de forma a imobilizar, derrubar, neutralizar ataques, pressionar ou até mesmo estrangular, hiperextender e torcer as articulações dos adversários.
Devido às características das ações motoras no Jiu-Jitsu desportivo, e pelo fato de constituir um esporte de contato, observamos que os praticantes podem estar constantemente sujeitos as lesões decorrentes dos golpes, como também dos deslocamentos corporais dos atletas. Lesões essas que podem muitas vezes afastar os praticantes dos treinamentos e das competições, por períodos de tempo indeterminados.
PLATONOV, 2004 afirma que muitos esportistas excepcionais estão obrigados a depender mais atenção e tempo na cura das enfermidades e dos traumatismos que na própria atividade de treinamento e competição. Vários deles têm suportado gravíssimas cirurgias e gasto tempo e forças na posterior reabilitação e recuperação do nível de treinamento.
Entretanto, existe uma característica particular das modalidades desportivas de luta em comparação as demais modalidades no que se diz respeito ao risco e ocorrência de traumatismos. Podemos considerar que o risco na prática dessas modalidades pode ser muito maior quando comparado a outras, pois o objetivo principal de suas técnicas é fundamentalmente vencer o oponente colocando-o em risco de lesões (obrigando o mesmo a desistir do combate), ou então fora de ação levado-o à inconsciência (situação de nocaute).
Dessa forma, o conhecimento de uma terminologia padronizada entre professores, técnicos, atletas e membros da equipe médica proporcionam uma comunicação efetiva possibilitando descrever com maior precisão o diagnóstico do atleta em casos de eventuais acidentes nos treinamentos e/ou competições.
STARKEY, 2001, afirma que é imperativa a comunicação efetiva entre os membros da equipe médica. Essa comunicação depende do uso de terminologia padronizada e cada membro da equipe deve ser capaz de descrever com precisão o estado do atleta e os achados no exame.
Caracterização da modalidade, técnicas e possíveis lesões
As lutas desportivas pertencem ao grupo das modalidades com condições variáveis de competição e que exigem resistência específica. Sendo que o traço característico do nível desportivo nessas modalidades é a existência de um conjunto amplo de movimentos motores complexos caracterizados pelo nível de desenvolvimento da capacidade de aplicar esforços explosivos, possuindo uma certa variedade de adaptação às condições variáveis de competição. Ao mesmo tempo, é apropriado um alto nível de desenvolvimento da capacidade de resistir à fadiga sem a diminuição da eficácia das ações técnicas e táticas e dos métodos. (VERKHOSHANSKY, 2000).
A performance geral envolve capacidades e habilidades físicas como a velocidade, força explosiva, resistência de força, reatividade neuromuscular, coordenações grossa e fina, força máxima e equilíbrio. Sendo que todas elas atuam de maneiras conjuntas e influenciadas diretamente pelo estado emocional e preparação psicológica do atleta. Os componentes técnico e tático também representam fatores essenciais e determinantes na performance final. Nessas modalidades, o resultado competitivo nunca pode ser atribuído a performance de uma variável apenas, mas sim ao conjunto de todas desenvolvendo-se em harmonia. (IDE, 2004).
O Jiu-jitsu desportivo abrange uma gama de seis técnicas permitidas em competições. São elas:
1. Projeções.
2. Imobilizações.
3. Pinçamentos.
4. Chaves.
5. Torções.
6. Estrangulamentos.
Todas são fundamentadas em princípios biomecânicos e podem causar sérios traumas aos adversários quando aplicadas com toda sua magnitude. Somente as imobilizações constituem um grupo que não têm como objetivo levar situações de perigo ao adversário e nem provocar lesões, e que devido a esse fato, não identificamos possíveis traumatismos decorrentes des suas aplicações. O objetivo das imobilizações é impedir os movimentos mais ofensivos do oponente, segurando-o em situações de submissão.
Antes de descrevermos os traumas associados às técnicas do Jiu-jitsu desportivo, temos que relatar um tipo de lesão bastante comum também à prática da luta livre e judô. Ela não está associada a nenhuma técnica em particular, mas sim as próprias características de constante contato corporal das modalidades. WOJTYS apud SAFRAN, 2002 a denomina como hematoma auricular. O autor afirma que quase 40% dos lutadores comunicam ter algum tipo de deformidade auricular permanente. Nesse caso de traumatismo auricular, o sangue acumula-se entre o pericôndrio e a cartilagem. Nova cartilagem se forma a partir do firme envoltório pericondrial, levando à deformidade da aurícula (a chamada "orelha de couve flor").
A seguir será apresentado os possíveis traumas que podem ser associadas à aplicação das mais comuns, e também mais utilizadas técnicas do Jiu-jitsu desportivo.
Projeções
A projeções visam desequilibrar e derrubar o adversário projetando-o em direção ao solo, para que a partir desse momento o combate desenvolva-se no chão.
ITAGAKI, 2004 relatou em seu estudo uma lesão aos rins associados à aplicação de técnicas de projeção em treinamentos. O paciente apresentava após a queda, um ponto doloroso no lado esquerdo do tronco e urina com coloração avermelhada, indicando uma possível lesão ao rim devido ao amortecimento mal realizado e o violento impacto com o chão.
FRANÇA, 2001, afirmou que as projeções podem ocasionar fraturas no processo odontóide, divididas em 3 tipos:
Tipo 1: fratura do ápice do processo odontóide.
Tipo 2: fratura através do corpo do processo odontóide.
Tipo 3: fratura da base do processo odontóide.
Possíveis lesões relacionadas às técnicas de projeções associadas a múltiplas estruturas musculares e articulares:
• Estiramentos de primeiro a terceiro grau.
• Entorse de primeiro a terceiro grau.
• Subluxação articular.
• Luxação articular.
• Sinovite.
• Defeitos osteocondrais (DOCS).
• Fraturas.
• Fraturas articulares.
Pinçamentos
Os pinçamentos são ataques que objetivam pressionar estruturas musculares e centros nervosos dos adversários. Num primeiro momento provocam extrema dor e fazem com que o adversário recue de seus ataques. Os mais comuns e utilizados são os que pressionam a tíbia do atacante contra os músculos bíceps braquial e tríceps sural do oponente (chamados de "chave de bíceps" e "chave de panturrilha").
As lesões a essas estruturas dependem da magnitude da força aplicada pelo praticante e podem constituir estiramentos de primeiro a terceiro grau.
Chaves
Ataques a estruturas articulares que visam suas imobilizações e extensões além das respectivas amplitudes de movimento. As chaves mais utilizadas são as que hiperextendem as articulações do cotovelo e do joelho, conhecidas como "Arm lock" e "Leg lock".
GARCIA, 2004, afirma que o "Arm-lock" pode levar a uma diminuição da amplitude de movimento e dor, pois o movimento feito de forma violenta, ou com repetição contínua, pode causar uma cicatrização da cápsula dentro da articulação do cotovelo, e lesão com cicatrização muscular na sua porção anterior.
De maneira geral as duas técnicas podem ocasionar traumas do tipo:
• Estiramentos de primeiro a terceiro grau.
• Entorse de primeiro a terceiro grau.
• Subluxação articular
• Luxação articular
• Fraturas articulares
• Defeitos osteocondrais (DOCS)
Torções
As torções também constituem ataques a estruturas articulares, mas que visam submetê-las a amplitudes de movimento além das suportadas pelas mesmas. As principais técnicas são as que atacam as articulações do ombro ("Americanas" e "Omoplatas"), do tornozelo ("Americana de pé" e "Chave de pé reta"), e a porção cervical da coluna vertebral ("Cervical"). Todas podem ocasionar traumas do tipo:
• Estiramentos de primeiro a terceiro grau.
• Entorse de primeiro a terceiro grau.
• Subluxação articular
• Luxação articular
• Fraturas articulares
• Defeitos osteocondrais (DOCS)
• Tetraplegia (somente para "Cervical").
As lesões cervicais também podem causar danos neurológicos, viscerais e de grandes vasos. Danos neurológicos podem ser identificados e terem sido causados por secção, contusão, compressão e isquemia medular. A fratura de C1 ("de Jefferson") é uma fratura estável que ocorre com o impacto do anel de C1 contra os côndilos occipitais. Pode ocorrer por uma sobrecarga axial no topo da cabeça. (FRANÇA, 2001).
Estrangulamentos
Visam interromper o fluxo de ar para os pulmões e/ou sanguíneo para o cérebro. Apresentam um tipo de lesão ao lutador que não são encontradas em nenhuma outra manifestação desportiva. Eles proporcionam traumas que são unicamente conseqüentes das técnicas das lutas e artes marciais.
Por definição, estrangulamento é a asfixia mecânica onde ocorre uma constrição do pescoço, causando embaraço à livre entrada de ar no aparelho respiratório feito por meio de um laço acionado pela força muscular da própria vítima, ou de um estranho, (FRANÇA, 2001). No caso do Jiu-jitsu desportivo o laço pode ser feito com auxílio do Kimono (roupa apropriada para a prática)
Possíveis lesões (FRANÇA, 2001):
• Morte - pelo impedimento da penetração do ar nas vias aéreas; por morte circulatória devido à compressão dos grandes vasos do pescoço que conduzem para o cérebro; por morte nervosa do mecanismo reflexo (inibição vagal).
• Equimoses de pequenas dimensões na face, nas conjuntivas, pescoço e face anterior do tórax.
• Infiltração hemorrágica em tela subcutânea e musculatura subjacente ao sulco.
• Rupturas musculares.
• Fraturas e luxações das vértebras cervicais.
Conclusões
Fica constatado nesse trabalho que o Jiu-jitsu desportivo constitui uma modalidade que pode ser considerada como altamente lesiva aos seus praticantes, devido ao grande número de possíveis lesões decorrentes da aplicação plena de suas técnicas.
Um dos objetivos desse estudo é conscientizar técnicos e professores da periculosidade que os treinamentos podem representar, se realizados de maneira relapsa ou então mal programados. O acompanhamento e orientação por parte dos profissionais de educação física, fisioterapia e medicina, na prevenção, e possíveis primeiros socorros na ocorrência desses traumas, torna-se um ato essencial e imprescindível tanto nas aulas, sessões de treinamento, e também nas competições de alto nível.
FOTOS
29 de set. de 2009
9 de ago. de 2009
SISTEMA DE GRADUAÇÃO DA IBJJF
CAPITULO PRIMEIRO
Sistema de faixas e idades correspondentes
I . BRANCA – Iniciante, qualquer idade
II. CINZA – 04 a 06 anos
III. AMARELA – 07 a 15 anos
IV. LARANJA – 10 a 15 anos
V. VERDE – 13 a 15 anos
VI. AZUL – 16 anos ou mais
VII. ROXA – 16 anos ou mais
VIII. MARROM – 18 anos ou mais
IX. PRETA – 19 anos ou mais
X. VERMELHA E PRETA
XI. VERMELHA
PARÁGRAFO PRIMEIRO
Todas as idades a serem observadas a seguir devem ser calculadas pelo ano do nascimento. Logo a idade do atleta é sempre a que ele irá completar no ano corrente.Obs :- Para obter a faixa roxa aos 16 anos o atleta tem que ter sido faixa verde por no mínimo 2 anos.
> Para obter a faixa roxa aos 17 anos o atleta tem que ter sido faixa verde por no mínimo 1 ano e azul por 1 ano
> Caso o atleta seja graduado da faixa verde direto para a roxa o tempo de carência para a marrom passa a ser de 2 anos
> Para obter a faixa preta aos 19 anos o atleta tem que ter sido marrom por 1 ano
CAPÍTULO SEGUNDO
Sistemas de faixas e seus tempos mínimos obrigatórios
AZUL PARA ROXA – 2 ANOS
ROXA PARA MARROM – 1 ANO E ½
MARROM PARA PRETA – 1 ANO
Os tempos acima devem ser contados a partir do dia do cadastro do atleta na IBJJF em cada faixa.
O tempo que o atleta vai levar para ser graduado fica a critério de cada professor, devendo ser respeitada apenas a carência mínima em cada faixa.
CAPITULO TERCEIRO
Sistemas de faixas e graus
Parágrafo primeiro – As faixas branca, cinza, amarela, laranja, verde, azul, roxa e marrom possuem 5 níveis de graduação: faixa lisa e mais 4 graus, sendo de responsabilidade do professor conceder esses graus em cada uma dessas faixas.Parágrafo segundo – A faixa preta se subdivide em sete diferentes níveis de graduação: faixa preta lisa e mais 6 graus que serão concedidos exclusivamente pela IBJJF, mediante o seguinte critério:
1. O atleta somente está apto a ser faixa preta a partir dos seus 19 anos de idade.
2. Para requerer o diploma de faixa preta e necessário estar filiado a IBJJF no ano corrente, apresentar curso de primeiros socorros e ter sido aprovado no curso de arbitragem dentro do período de 12 meses.
3. O faixa preta pode requerer o 1º grau depois de 3 anos na faixa. Para tal o mesmo precisa ter carteira da IBJJF renovada anualmente durante esse período, apresentar curso de primeiros socorros e ser aprovado no curso de arbitragem dentro do período de 12 meses.
4. O faixa preta pode requerer o 2º ou 3º graus 3 anos após ter obtido o grau anterior se tiver renovado a carteira da IBJJF anualmente durante esse período e tiver sido aprovado no curso de arbitragem dentro do período de 12 meses.
5. O faixa preta pode requerer o 4º, 5º, ou 6º graus, 5 anos após ter obtido o grau anterior. Para isso e preciso:- ter renovado a sua filiação na IBJJF nesses 5 anos.
> ter sido aprovado no curso de arbitragem oficial da IBJJF dentro do período de 12 meses. - constar como professor responsável ou professor auxiliar de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 5 anos OU entregar o formulário de troca de grau, assinado por um professor faixa preta no mínimo 2º grau diplomado que seja professor responsável de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 5 anos.
6. O Faixa preta pode requerer a faixa vermelha e preta 7º grau 7 anos após ter obtido o 6º grau. Para isso e preciso:- ter renovado a sua filiação na IBJJF anualmente durante esse período.- ter sido aprovado no curso de arbitragem oficial da IBJJF no período de 12 meses.- constar como professor responsável ou professor auxiliar de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 7 anos OU entregar o formulário de troca de grau, assinado por um faixa preta no mínimo 2º grau diplomado que seja professor responsável de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 7 anos.
7. O Faixa vermelha e preta 7º grau pode requerer a faixa vermelha e preta 8º grau 7 anos após ter obtido o 7º grau. Para isso e preciso:- ter renovado a sua filiação na IBJJF nesses 7 anos.- ter sido aprovado no curso de arbitragem oficial da IBJJF dentro do período de 12 meses- constar como professor responsável ou professor auxiliar de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 7 anos OU entregar o formulário de troca de grau, assinado por um professor faixa preta no mínimo 2 grau diplomado que seja professor responsável de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 7 anos.
8. O Faixa vermelha e preta 8º grau pode requerer a faixa vermelha 9º grau 10 anos após ter obtido o 8º grau. Para isso e preciso:- ter renovado a sua filiação na IBJJF nesses 10 anos.- ter sido aprovado no curso de arbitragem oficial da IBJJF dentro de um período de 12 meses- constar como professor responsável ou professor auxiliar de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 10 anos OU entregar o formulário de troca de grau, assinado por um professor faixa preta no mínimo 2 grau diplomado que seja professor responsável de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 10 anos.
9. O ano que o atleta não renovar a carteira da IBJJF e/ou agremiação da qual é responsável, não contara como tempo para obtenção de grau.
10.A faixa vermelha décimo grau é conferida apenas aos pioneiros do Jiu-Jitsu: Carlos, Oswaldo, George, Gastão e Hélio Gracie, conhecidos como irmãos Gracie.
CAPÍTULO QUARTO
Professores aptos a graduar
A ficha de filiação de um atleta graduado nas faixas cinza, amarela, laranja, verde, azul, roxa e marrom deve ser assinada por um faixa preta diplomado pela IBJJF (com exceção de alguns paises - ver capitulo quinto). A ficha de filiação de um atleta graduado faixa preta deve ser assinada por um faixa preta que tenha no mínimo 2 graus e seja diplomado pela IBJJF.
CAPÍTULO QUINTO
Professores e instrutores
Em alguns paises a IBJJF aceita que atletas que não sejam faixas pretas assinem como professores. Esses atletas são considerados instrutores.
Os instrutores poderão ser faixa roxa e marrom ou somente marrom dependendo do pais. Caso o instrutor seja faixa roxa, ele só poderá graduar ate a faixa azul; caso ele seja faixa marrom, poderá graduar somente ate a faixa roxa.
Essa medida é temporária e so sera aplicada nos paises que ainda não possuem um numero suficiente de faixas pretas diplomados para o desenvolvimento do esporte. Uma vez alcançado esse numero minimo, o uso do status de instrutor será suspenso.
CAPITULO PRIMEIRO
Sistema de faixas e idades correspondentes
I . BRANCA – Iniciante, qualquer idade
II. CINZA – 04 a 06 anos
III. AMARELA – 07 a 15 anos
IV. LARANJA – 10 a 15 anos
V. VERDE – 13 a 15 anos
VI. AZUL – 16 anos ou mais
VII. ROXA – 16 anos ou mais
VIII. MARROM – 18 anos ou mais
IX. PRETA – 19 anos ou mais
X. VERMELHA E PRETA
XI. VERMELHA
PARÁGRAFO PRIMEIRO
Todas as idades a serem observadas a seguir devem ser calculadas pelo ano do nascimento. Logo a idade do atleta é sempre a que ele irá completar no ano corrente.Obs :- Para obter a faixa roxa aos 16 anos o atleta tem que ter sido faixa verde por no mínimo 2 anos.
> Para obter a faixa roxa aos 17 anos o atleta tem que ter sido faixa verde por no mínimo 1 ano e azul por 1 ano
> Caso o atleta seja graduado da faixa verde direto para a roxa o tempo de carência para a marrom passa a ser de 2 anos
> Para obter a faixa preta aos 19 anos o atleta tem que ter sido marrom por 1 ano
CAPÍTULO SEGUNDO
Sistemas de faixas e seus tempos mínimos obrigatórios
AZUL PARA ROXA – 2 ANOS
ROXA PARA MARROM – 1 ANO E ½
MARROM PARA PRETA – 1 ANO
Os tempos acima devem ser contados a partir do dia do cadastro do atleta na IBJJF em cada faixa.
O tempo que o atleta vai levar para ser graduado fica a critério de cada professor, devendo ser respeitada apenas a carência mínima em cada faixa.
CAPITULO TERCEIRO
Sistemas de faixas e graus
Parágrafo primeiro – As faixas branca, cinza, amarela, laranja, verde, azul, roxa e marrom possuem 5 níveis de graduação: faixa lisa e mais 4 graus, sendo de responsabilidade do professor conceder esses graus em cada uma dessas faixas.Parágrafo segundo – A faixa preta se subdivide em sete diferentes níveis de graduação: faixa preta lisa e mais 6 graus que serão concedidos exclusivamente pela IBJJF, mediante o seguinte critério:
1. O atleta somente está apto a ser faixa preta a partir dos seus 19 anos de idade.
2. Para requerer o diploma de faixa preta e necessário estar filiado a IBJJF no ano corrente, apresentar curso de primeiros socorros e ter sido aprovado no curso de arbitragem dentro do período de 12 meses.
3. O faixa preta pode requerer o 1º grau depois de 3 anos na faixa. Para tal o mesmo precisa ter carteira da IBJJF renovada anualmente durante esse período, apresentar curso de primeiros socorros e ser aprovado no curso de arbitragem dentro do período de 12 meses.
4. O faixa preta pode requerer o 2º ou 3º graus 3 anos após ter obtido o grau anterior se tiver renovado a carteira da IBJJF anualmente durante esse período e tiver sido aprovado no curso de arbitragem dentro do período de 12 meses.
5. O faixa preta pode requerer o 4º, 5º, ou 6º graus, 5 anos após ter obtido o grau anterior. Para isso e preciso:- ter renovado a sua filiação na IBJJF nesses 5 anos.
> ter sido aprovado no curso de arbitragem oficial da IBJJF dentro do período de 12 meses. - constar como professor responsável ou professor auxiliar de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 5 anos OU entregar o formulário de troca de grau, assinado por um professor faixa preta no mínimo 2º grau diplomado que seja professor responsável de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 5 anos.
6. O Faixa preta pode requerer a faixa vermelha e preta 7º grau 7 anos após ter obtido o 6º grau. Para isso e preciso:- ter renovado a sua filiação na IBJJF anualmente durante esse período.- ter sido aprovado no curso de arbitragem oficial da IBJJF no período de 12 meses.- constar como professor responsável ou professor auxiliar de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 7 anos OU entregar o formulário de troca de grau, assinado por um faixa preta no mínimo 2º grau diplomado que seja professor responsável de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 7 anos.
7. O Faixa vermelha e preta 7º grau pode requerer a faixa vermelha e preta 8º grau 7 anos após ter obtido o 7º grau. Para isso e preciso:- ter renovado a sua filiação na IBJJF nesses 7 anos.- ter sido aprovado no curso de arbitragem oficial da IBJJF dentro do período de 12 meses- constar como professor responsável ou professor auxiliar de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 7 anos OU entregar o formulário de troca de grau, assinado por um professor faixa preta no mínimo 2 grau diplomado que seja professor responsável de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 7 anos.
8. O Faixa vermelha e preta 8º grau pode requerer a faixa vermelha 9º grau 10 anos após ter obtido o 8º grau. Para isso e preciso:- ter renovado a sua filiação na IBJJF nesses 10 anos.- ter sido aprovado no curso de arbitragem oficial da IBJJF dentro de um período de 12 meses- constar como professor responsável ou professor auxiliar de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 10 anos OU entregar o formulário de troca de grau, assinado por um professor faixa preta no mínimo 2 grau diplomado que seja professor responsável de uma academia que tiver renovado a agremiação junto a IBJJF nesses 10 anos.
9. O ano que o atleta não renovar a carteira da IBJJF e/ou agremiação da qual é responsável, não contara como tempo para obtenção de grau.
10.A faixa vermelha décimo grau é conferida apenas aos pioneiros do Jiu-Jitsu: Carlos, Oswaldo, George, Gastão e Hélio Gracie, conhecidos como irmãos Gracie.
CAPÍTULO QUARTO
Professores aptos a graduar
A ficha de filiação de um atleta graduado nas faixas cinza, amarela, laranja, verde, azul, roxa e marrom deve ser assinada por um faixa preta diplomado pela IBJJF (com exceção de alguns paises - ver capitulo quinto). A ficha de filiação de um atleta graduado faixa preta deve ser assinada por um faixa preta que tenha no mínimo 2 graus e seja diplomado pela IBJJF.
CAPÍTULO QUINTO
Professores e instrutores
Em alguns paises a IBJJF aceita que atletas que não sejam faixas pretas assinem como professores. Esses atletas são considerados instrutores.
Os instrutores poderão ser faixa roxa e marrom ou somente marrom dependendo do pais. Caso o instrutor seja faixa roxa, ele só poderá graduar ate a faixa azul; caso ele seja faixa marrom, poderá graduar somente ate a faixa roxa.
Essa medida é temporária e so sera aplicada nos paises que ainda não possuem um numero suficiente de faixas pretas diplomados para o desenvolvimento do esporte. Uma vez alcançado esse numero minimo, o uso do status de instrutor será suspenso.
O Mestre dos Mestres
A incrível trajetória de Conde Koma, o homem que trouxe o Jiu-Jitsu para o Brasil.
“A postura desafiadora de Mitsuyo Maeda conflitava com os princípios da Kodokan, por isso ao ganhar notoriedade passou a classificar sua arte puramente como Jiu-Jitsu”
“Estima-se que Conde Koma tenha feito entre mil e duas mil lutas, enfrentando wrestlers, pugilistas e praticantes de outras lutas, sem perder um único combate”
Muita gente sabe que foi o paulista Charles Miller quem trouxe o futebol para o Brasil. Só não se consegue achar em nenhuma enciclopédia esportiva registro oficial ou relato de testemunhas que comprovem que Miller era um exímio praticante do esporte bretão.
O mesmo não se pode dizer daquele que trouxe o Jiu-Jitsu para as terras brasileiras. Conhecido por essas bandas pelo nome de Conde Koma, Mitsuyo Maeda beirava a perfeição quando o assunto era derrotar os outros em uma luta. Antes de desembarcar em terras tupiniquins em 1914, portanto há 95 anos, Maeda percorreu o mundo provando que sua arte era superior às demais. Uma história de vida única e fascinante, que merece ser contada em detalhe nas linhas que se seguem.
Mitsuyo Maeda nasceu em 1878 em uma pequena cidade chamada Aomori, localizada ao norte da ilha japonesa de Honshu e conhecida pelo forte frio que faz no inverno.Como a pobreza assolava a região no fim do século XIX, muitos moradores se mudavam para Tóquio ou para outras cidades na tentativa de ganhar dinheiro e fugir do inverno. Felizmente, esse não foi o caso de Maeda, mandado pela família para estudar na escola da elite local, a Hirosaki Junior High School. Mitsuyo lá ficou até o ano de 1986, quando passou a estudar na Waseda High School, em Tóquio.
Entre os amigos, era conhecido pelo apelido de menino-sumô, em razão de seu grande fascínio pela arte que lhe fora ensinada por seu pai e das várias lutas que vencia contra colegas de escola.
Na época da universidade, Maeda foi estudar na Tokyo Specialist School (que hoje tem o nome de Waseda University e é reconhecida como bom centro de ensino) e lá entrou para o clube de judô. Ao mesmo tempo, ele começou a freqüentar a Kodokan, famosa academia de judô que permanece em funcionamento até os dias atuais.
A Kodokan foi fundada por Jigoro Kano, um estudioso que juntou vários estilos do Jiu-Jitsu antigo para criar o judô, arte que posteriormente se modernizaria tornando-se um esporte de muitas quedas, algumas imobilizações mas nenhum soco ou chute. O auge do esporte ocorreu em 1964 quando recebeu o status de "olímpico" ao fazer parte dos Jogos de Tóquio. Mas isso aconteceu muito depois do tempo de Maeda e Kano, que praticaram um esporte que era a mistura de Jiu-Jitsu e judô. Ambas as artes tinham elementos e técnicas de trocação, herdados das antigas batalhas de samurais, que tinham de saber o que fazer depois que suas espadas quebravam no campo de guerra. Hoje em dia, o judô perdeu muito das técnicas antigas, uma vez que os lutadores treinam para ganhar o ouro olímpico tendo de obedecer a uma grande quantidade de regras e tempo de luta.
Na Kodokan eram realizadas lutas de judô todos os meses. Maeda fez a sua primeira em 25 de dezembro de 1898. Vestindo a faixa-branca, ele derrotou facilmente cinco ou seis oponentes. E no mesmo dia foi promovido à faixa-roxa. Começava ali uma trajetória incrível. Naquele mesmo 25 de dezembro, Maeda seguiu vencendo todos os oponentes que surgiam a sua frente até que, depois de derrotar 15 adversários seguidos, recebeu o primeiro grau da faixa-preta. Desconfia-se que Maeda treinou afinco durante meses antes de tentar a sorte na Kodokan, pois não queria arriscar não ser bem sucedido.
Homem de porte mediano para os padrões japoneses da época, seus 1,64m e 68 kg não era o que poderia se chamar de atleta intimidador. Adorava beber saquê e cantar e não se fazia de rogado quando desafiado no meio da rua para uma briga. Não demorava a derrubar e nocautear o petulante que ousou cruzar seu caminho. Em constante evolução, foi promovido ao terceiro grau da faixa-preta em 1901 e se tornou instrutor de judô nas universidades de Tóquio, Waseda e Gakushuin, isto sem falar da escola militar onde também ministrava aulas.
Em 1904, Mestre Jigoro Kano aconselhou Maeda a viajar para os Estados Unidos a fim de mostrar aos yankees as habilidades das artes marciais japonesas. Antes de partir, recebeu o quarto grau das mãos de seu mestre.
Mitsuyo Maeda deixou o Japão através do porto de Yokohama em novembro, chegando a São Francisco, na Califórnia, pouco antes do fim do ano.
Naquela época, os norte-americanos já conheciam um pouco sobre judô, uma vez que o então presidente, Theodore Roosevelt era um grande fã do povo japonês e de sua cultura, chegando a ter um instrutor particular de judô chamado Yamashita. Em busca de melhorar a defesa pessoal, alguns militares americanos também já aprendiam judô em suas bases. Logo, cabia a Maeda e seus companheiros lutar contra os norte-americanos e provar a superioridade japonesa. Na famosa escola militar de West Point, Maeda enfrentou um jogador de futebol americano e praticante de wrestling. Depois de suas costas grudadas ao chão, o que nas regras do wrestling daria a vitória ao americano, Maeda continuou lutando e venceu o combate com uma chave de braço. Os americanos não aceitaram o resultado e propuseram um novo desafio, desta vez contra o companheiro de Maeda, um experiente aluno de Kano chamado Tomita. Os yankees acreditavam que enfrentar Tomita seria uma honra maior por se tratar de um lutador melhor [na verdade, Tomita era muito melhor professor do que realmente lutador].
Para desespero de Maeda, seu parceiro foi facilmente derrotado, e de forma embaraçosa para qualquer praticante de judô ao ser imobilizado pelo norte-americano. Aquilo foi demais para Maeda, que rompeu com Tomita e decidiu seguir viagem sozinho.
A opção então foi rumar para Nova York, onde participou de várias lutas de vale-tudo para ganhar dinheiro. Na primeira, diante de um Westler 20 centímetros maior e que gostava de ser chamado pela alcunha de "O menino açougueiro", Maeda derrubou o oponente várias vezes antes de finalizar na chave de braço. Três lutas e três vitórias depois, uma delas diante do então campeão mundial dos pesos pesados de boxe, Jack Johnson, Maeda iniciava a tradição que seria seguida no Brasil por Helio Gracie e seus discípulos em derrotar adversários muito mais altos e mais fortes. Os Estados Unidos já estavam pequenos demais para ele.
Três anos depois, em 1907, Maeda rumou para o Reino Unido, onde venceu mais 13 lutas e em seguida para a Bélgica, onde fez mais uma vítima. Era hora de voltar à América. E o destino foi a ilha caribenha de Cuba. Lá, muito antes de Fidel Castro sonhar em assumir o poder, quem mandava era Maeda. Foram ao todo 15 vitórias, em dois períodos intercalados por uma rápida passagem pelo México onde derrubou mais quatro adversários. É importante ressaltar que estas são apenas as lutas oficiais. Não estamos falando de desafios feitos no meio da rua. Se contados lutas, só em Cuba foram mais de 400.
Essa postura desafiadora de Mitsuyo Maeda conflitava com os princípios da Kodokan, e ao ganhar notoriedade passou a classificar sua arte puramente como Jiu-Jitsu e não mais Judô.
Depois de muito viajar pelo mundo, em 1914 Mitsuyo Maeda desembarcou no Brasil, mais especificamente em Santos. Pouco ficou nada na cidade do litoral paulista, indo se fixar em Belém. Entre idas e vindas ao Reino Unido, Nova York e Cuba, Mitsuyo chegou usar o nome de Yamato Maeda. Yamato é um nome antigo de Japão, e usava este nome quando representava o país mundo afora. Mas foi na Espanha que passou a ser chamado de Conde Koma, nome da academia de judô que fundou na capital paraense e pelo qual ficou conhecido no Brasil. Em sua academia, Maeda ensinava Jiu-Jitsu como uma técnica de defesa pessoal para lutas de vale-tudo.
No início dos anos 20, o já famoso Conde Koma se envolveu na fracassada tentativa do império japonês de colonizar a Região Norte do Brasil. Acuado, foi ajudado por um homem com grande influência política chamado Gastão Gracie, cuja família havia imigrado da Escócia. A amizade entre os dois cresceu e certo dia Gastão fez uma oferta a Maeda: queria que ele ensinasse Jiu-Jitsu a seu filho Carlos [ver Box].
Conde Koma morreu no dia 28 de novembro de 1941, aos 63 anos. Estima-se que ele tenha feito entre mil e duas mil lutas, enfrentando wrestlers, pugilistas e praticantes de outras lutas, sem perder um único combate. Muitos imigrantes japoneses e amigos brasileiros compareceram ao funeral para agradecer ao mestre que havia tocado suas vidas de maneira tão determinante. Desde aquele dia, Mitsuyo Maeda, ou simplesmente Conde Koma, descansa em paz no Cemitério de Belém, no Pará.
Um discípulo de sobrenome Gracie
Foi depois da fracassada tentativa do império japonês de colonizar o norte do território brasileiro que nasceu a amizade entre Conde Koma e Gastão Gracie, patriarca de uma família de imigrantes escoceses que havia se fixado em Belém. Em retribuição à acolhida no momento em que era grande a rejeição aos japoneses no Brasil, Koma passou a ensinar sua arte ao mais velho dos filhos de Gastão, Carlos. São poucas e conflitantes as informações a respeito deste período, mas o fato é que Carlos foi aluno de Koma por não menos do que dois anos e não mais do que quatro.
Durante este tempo, o japonês ensinou ao irmão de Helio os princípios fundamentais do Jiu-Jitsu, como o de utilizar a força do oponente como arma para a vitória, bem como técnicas eficientes para vencer em lutas de vale-tudo. Seu método de luta principal era usar chutes baixos e cotoveladas para se aproximar do adversário antes de levá-lo para o chão. Nos treinamentos, botou em prática o “randori”, treino à vera que havia sido banido por Jigoro Kano em suas aulas.
Anos depois, em 1925, Carlos Gracie abriu sua própria academia de Jiu-Jitsu. Para os seus alunos, passou ensinamentos e métodos desenvolvidos por ele próprio através dos anos. Enquanto isso, Maeda seguiu viajando pelo Brasil e pelo mundo. Ensinadas as técnicas básicas e a visão estratégica que um lutador necessita para vencer, não havia muito mais o que fazer. Estava passada aos Gracie a missão de desenvolver o Jiu-Jitsu.
E assim aconteceu.
Por Rafael Werneck, rafael.werneck@graciemag.com e Shu Inagaki
6 de jul. de 2009
JIU-JITSU
O Jiu-Jitsu, que significa "arte suave", é considerado a luta mais abrangente que existe. Pois nela há uma grande variedade de técnicas, tais como golpes traumáticos, golpes nas articulações e estrangulamentos. As bases fundamentais para um atleta do Jiu-Jitsu são: a destreza, a rapidez e a flexibilidade. Sem requerer tanta força bruta. Esta luta movimenta todos os músculos do corpo e lança a jogo toda a atenção (mente) e sangue frio. É uma luta que não necessita o uso de força, pois utiliza sistemas de alavancas e desequilíbrios, assim o lutador aproveita a força e o movimento do próprio adversário para executar seus golpes. Uma das vantagens práticas desta luta é que ela auxilia o desenvolvimento da inteligência, incutem audácia, coragem, confiança na própria força, agilidade e resistência à dor. No mundo, é conhecido como "Brazilian Jiu-Jitsu". Um sistema desenvolvido pela família Gracie, que trouxe o Jiu-Jitsu para cá, na qual aprimorou as técnicas vindas do Jiu-Jitsu japonês, modificando alguns movimentos e tornando-os mais eficientes. O "Brazilian Jiu-Jitsu" é considerado o melhor estilo de Jiu-Jitsu entre todos os existentes. E por possuir muitas técnicas, o lutador de Jiu-Jitsu se torna imbatível, vencendo com grande facilidade seus adversários, não importando quais sejam os seus estilos de luta.
Quem olha de fora, acha um pouco estranho, mas o jiu-jitsu procura ser exatamente isso: uma luta gentil que, bem executada, não causa danos aos seus praticantes. A sua definição, em japonês, procura explicar um pouco sobre a mais antiga das artes marciais. No jiu-jitsu tudo pode acontecer, e por isso ele é um dos esportes mais intrigantes que existem. Essa é uma das poucas lutas onde os mais fracos têm possibilidade de derrotar os mais fortes, bastando para tal, aplicar a técnica e o golpe correto. Os estudiosos das artes marciais vão além, e dizem que o jiu-jitsu é a mais pura aplicação científica em uma arte marcial. Aqui, se aplicam literalmente as leis da física, como sistema de alavanca, momento de força, equilíbrio, centro de gravidade - tudo isso aliado a um amplo estudo dos pontos vitais do corpo humano. O praticante de jiu-jitsu aprende golpes que forçam o seu adversário a desistir da luta, sem machucá-lo. Para tanto, os lutadores de jiu-jitsu treinam golpes que imobilizam os seus oponentes. A idéia básica no jiu-jitsu é utilizar o peso e a força de seu adversário contra ele mesmo. E, um dos pontos que mais o diferem das outras artes marciais está no fato de que, no jiu-jitsu, a grande maioria das finalizações acontece no chão.
O Jiu-Jitsu é praticado em quatro formas:
Esportivo: sem golpes traumáticos, apenas com projeções, chaves (de braço, pé etc.), estrangulamentos, imobilizações, torções etc.
Vale tudo (MMA): com golpes traumáticos como socos, chutes, cotoveladas, cabeçadas, joelhadas etc. Além das técnicas utilizadas no Jiu-Jitsu esportivo.
Submission (No Gi): Semelhante ao Jiu-Jitsu esportivo, no entanto é praticado sem kimono.
Defesa pessoal: com técnicas específicas para se defender de um agressor, como por exemplo, um assaltante (mesmo que com mão armada). Podendo utilizar golpes traumáticos.
Jiu-Jitsu Feminino
O Jiu-jitsu também é para mulheres. As artes marciais estão cada vez mais sendo praticadas por mulheres e o jiu-jitsu, não fica atrás. Entre os benefícios procurados pelas mulheres estão à defesa pessoal e excelente gasto calórico – em uma aula de uma hora de jiu-jitsu uma praticante pode gastar entre 750 e 1500 calorias. Seu corpo libera toxinas. O quimono usado no Jiu-Jitsu é feito de um tecido muito grosso e resistente; a intenção é evitar o desgaste da roupa durante a luta com o adversário. E, aí, esse material força uma transpiração intensa. Os músculos ficam mais definidos. Tanto no aquecimento prévio quanto durante a execução dos exercícios trabalha-se toda a musculatura do corpo. Assim, os músculos ficam realçados, mas sem aquele volume acentuado. Por ter grande exigência anaeróbia e ser muito isométrico o jiu-jitsu faz com que a mulher desenvolva toda sua força, estudos mostram que mulheres que praticam esportes podem chegar a ter a força aumentada em até quatro vezes, aumentando inclusive a massa muscular o que diminui a possibilidade de ocorrência de celulite, estrias, gordura localizada, varizes, qualidade de sono e de vida. Faz bem ao coração por ter o aeróbico muito exigido aumenta muito à capacidade cardio respiratória melhorando a disposição e queimando as gordurinhas indesejáveis. Na parte de flexibilidade o jiu-jitsu da um verdadeiro show em muitos outros esportes e ainda mais se falando em jiu-jitsu feminino, pois a mulher já tem maior facilidade de adquiri flexibilidade e no jiu-jitsu é a parte mais trabalhada, a parte de luta por si só é um verdadeiro exercício de alongamento. Na parte técnica por exigir muita concentração e atenção faz das mulheres candidatas a serem as melhores alunas. Por ser de fundamento técnico baseado nas alavancas do corpo e uso da força do oponente somado a estratégia faz o conjunto perfeito para que a mulher se sobressaia em relação aos homens. Algumas brasileiras destacam-se em competições internacionais de jiu-jitsu, como Hannette Quadros, faixa roxa tetracampeã brasileira, Ana Maria “índia” Soares, Michelle Tavares e Vanessa Porto.
Jiu-Jitsu Infantil
As crianças também estão presentes neste cenário, pois aprendem as técnicas com uma rapidez incrível, ganhando confiança e executando movimentos nunca imaginados. É comprovado que as aulas de jiu-jitsu têm ajudado a melhorar sensivelmente o desempenho escolar dos alunos, se mostrando mais confiantes e aprendendo que com perseverança e força de vontade, tudo e possível.
O programa com crianças trabalha dividindo-os em grupos por faixa etária, concentrando nas habilidades específicas e fraquezas dos grupos nessas idades. Este sistema permite que as crianças se desenvolvam em um ambiente seguro e confiável.
As crianças começam por aprender a cair. Muitas vezes este é um momento difícil para elas. Algumas têm receio de rolar sobre a cabeça (na verdade é sobre os ombros), mas com perseverança e apoio dos instrutores, pais e colegas chegam sempre à altura em que aprendem a cair bem e começam a gostar de fazê-lo. Passar por dificuldades e superá-las com trabalho árduo é essencial para que as crianças ganhem confiança.
Depois de aprenderem a cair começam a gostar deste aspecto do Jiu-Jitsu. Aprendem a controlar e proteger o seu corpo enquanto “voam” pelo ar. O que poderá ser mais divertido do que isso?
Aprender formas de cair e técnicas de Jiu-Jitsu fornece à criança autoconfiança e auto-estima. Dá-lhes a certeza que com esforço e força de vontade conseguem qualquer coisa por muito difícil que essa coisa seja.
À medida que o estudante evolui ganha mais confiança na sua capacidade de compreender o Jiu-Jitsu. Inevitavelmente um novo aluno não sentirá essa confiança. Ensinamos a todos que devem acolher novos alunos de forma a ajudá-los a sentirem-se bem. Os alunos mais velhos prestam atenção aos alunos mais novos e ao seu domínio da técnica e moldam-se para que o treino seja algo agradável onde todos possam aprender. Aprender a prestar atenção aos outros e a tomar conta de outros alunos gera compaixão e atenção que são qualidades fundamentais para a formação de um caráter forte.
TÉCNICAS USADAS NO JIU-JITSU.
I - UKEMI - É a arte de cair, ou a maneira pela qual defendemos nosso corpo ao cair, ou ser projetado.
TIPOS DE UKEMI:
1 - Ushiro Ukemi - é a queda para traz;
2 - Yoko Ukemi - é a queda para os lados;
3 - Mae Ukemi - é a queda para frente..
II- TAI-SABAKI – É o “movimento do corpo”, quer dizer, o princípio do deslocamento. O tai sabaki não significa apenas “se movimentar”, mas antes encerra um sentido finalístico estratégico, pois é em essência um movimento realizado com a intenção de se alcançar determinada posição, relativamente mais vantajosa, realizada em consideração à posição inicial do oponente e de seu deslocamento (velocidade/direção).
III- KANSETSU-WAZA - (técnica de chave)
Técnica que se utiliza de chaves de braço, mão, perna, joelho, tornozelo, etc. Técnica muito eficaz para o domínio de qualquer indivíduo, uma vez que se levado avante, causa fraturas em ossos, rompimento de tendões, cartilagens, etc. O agressor é dominado rapidamente pela dor, contorção, imobilização (contensão). Há chaves tão especiais, que são utilizadas pela policia e forças armadas.
IV - SHIME-WAZA – (técnica de estrangulamento).
Há três tipos de estrangulamento: O aéreo, o sanguíneo e o neurológico. Todas causam de imediato à perda dos sentidos e, se o tori prosseguir com o estrangulamento, advém à morte. Embora pareça uma técnica cruel, talvez seja a mais humana, sendo que não causa lesão, seqüelas e quando o agressor (UKE) é liberado de tal técnica, volta à ativa como se nada tivesse ocorrido. É muito eficiente no domínio de pessoas violentas, a exemplo dos toxicômanos, psicóticos, etc. Que possuem uma força anormal. O tori poderá então estrangular o agressor (UKE) ao ponto apenas de “apagá-lo”, dominando então a situação. Observa que existem diversas formas de estrangular um adversário e para tanto se usam mãos, punho, antebraço, pernas, joelhos, pés, etc.
V - ATEMI-WAZA (Golpes traumáticos em pontos vitais).
Utilizam-se através desta técnica, as mãos, os pés, dedos, cabeça, etc. No objetivo de atingir certa região do corpo, visando-a traumatizar e, assim, sustar o ataque. A depender do local a ser atingido, o agressor poderá sentir dores, perda da consciência ou até mesmo a morte. Como o objetivo da defesa pessoal não é matar ninguém, a utilização do atemi-waza visa a desequilibrar emocionalmente o UKE (agressor), causar-lhe dor, sofrimento e paralisação temporária de qualquer iniciativa. É muito comum utilizar-se o atemi-waza na genitália, nos olhos, na boca, nas costelas, etc, com o objetivo de deixá-lo neuro e psicotrópico, visando nesta fração de segundos a intentar uma técnica de finalização que ponha fim à luta, a exemplo de kansetsu-waza e shime-waza.
VI - NAGE-WAZA (técnica de projeção).
Quando utilizada, o é como forma principal de defesa decorrente de um ataque injusto ou acessória, ou seja, como técnica solução de saída para uma situação aflitiva em que o agredido é agarrado no tronco pela frente, por trás, pelo lado, sobre ou sob os braços, estrangulado, clichado, etc. etc. Observa que a pessoa projetada pode sofrer de leves escoriações a fraturas de braços, pés, costelas, clavículas, etc. Ou, até mesmo advir a morte, a depender da região que primeiro entrou em contato com o solo. Esta técnica fere muito com o psíquico porque causa um grande abalo moral em decorrência da projeção sofrida, sua violência e impacto. Muito propicia e muitas vezes até condicionante a aplicação de técnica de finalização.
VII - OSSAE-KOMI-WAZA (técnica de imobilização/contensão)
Técnica que visa aprisionar alguém ao solo, utilizando-se mãos, pés, braços, ombros, etc. Em pontos do equilíbrio do agressor. Embora esta técnica não cause dano, é a preferida dos lutadores de vale tudo para sobrepujar o outro lutador, uma vez que, quando imobiliza o faz utilizando o seu corpo (sobre o do outro) e assim o último cansa, esgota-se, acaba o gás e é então finalizado com técnicas de estrangulamento, chaves de braço, etc. Observa que esta técnica é muito humana, não trás sofrimento, dor ou seqüela ao agressor, não sendo a mais indicada para uma defesa em rua, que exige uma definição rápida em fração de segundos. É aconselhada, contudo, para o domínio de pessoas que se necessitam subjugar, contudo com o máximo amor, como é o caso dos psicopatas, etc.
Infelizmente, episódios negativos protagonizados por alguns que se dizem praticantes de artes marciais acabaram manchando a imagem do esporte e muita gente ainda associa o jiu-jitsu a uma luta agressiva e violenta. Mas, se voltarmos à definição inicial de arte suave e unirmos a ela a história dessa arte marcial, que tem nos monges budistas indianos os seus primeiros praticantes, veremos que a realidade é outra.
Anildoney Araújo da Silva (Nyl)
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